Música para pensar ... ou só embalar

Não são nada de especial, nem a música é assim uma coisa fantástica, mas caiu-me no goto. Sobretudo a letra, que não me parece com um objectivo assim tão ligeiro como pode parecer para um ouvido mais desatento.
É uma das a alinhar no meu iPod - Versão Verão 2008

Razorlight - America

.

O calor aperta e o corpo anda mole, desejoso das férias que só chegam novamente em tempo frio. A preguiça toma conta da mente, subvertendo cada pedaço de pensamento à mais perfeita melancolia. Os textos brotam do ser, mas as mãos, claramente ausentes de vontade, entorpecem e deixam as ideias escapar.
Ando assim, neste Verão, que em 2008, não passa duma miragem vista da janela grande do escritório.
Por isso a ausência do blog, os aconteciemntos são poucos. A rotina instalou-se e a languidez dos momentos não apela a visitas cibernaúticas.
Melhores dias virão ....
Boas férias para quem as tem!

Aviso à Navegação bloguista!

Meus caros amigos,
O texto que postei em mensagem anterior insere-se num projecto a que esta vossa amiga se está a dedicar e para o qual as vossas fieis e sinceras opiniões eram MUITO IMPORTANTES. Peço pois, encarecidamente, a todos aqueles que me visitam, amigos, familiares, educadores das minhas lambigóias, restante equipa de educação, outros pais, visitantes anónimos, TODOS QUE POR AÍ ANDEM, um comentário, reacção ao que leram.
Daqui se poderá projectar um novo, e MUITO ambicionado projecto profissional.
Comentem pois que todas as opiniões, boas, más e assim-assim, serão bem apreciadas e agradecidas.

Fui ....

Hoje

Hoje sinto-me despedaçada!
Roubada da vida que me prometeste. Dos sonhos e das aventuras. Do amor eterno. Das confissões de pertença e plenitude.
Hoje sinto que me roubaste de mim!
O teu silêncio, a frieza do olhar e do gesto revelaram-me o desinteresse que há muito pairava entre nós, e a que eu, uma vez mais, teimosamente, resistia até ao limite máximo do meu Ser.
Hoje as lágrimas correm-me pela face, sem que tenha forças ou vontade para as conter.
Hoje choro de amor … dum amor perdido, esmagado, apodrecido.
Hoje choro de raiva, raiva profunda. Raiva por me ter dado a ti. Raiva por me ter permitido acreditar. Raiva por te saber perto e não te ter afastado… raiva por saber que é agora, agora mesmo, agora que tudo está sem rumo… agora, é agora precisamente que me abandonas. Agora que já não sei viver sem ti. Agora que me eduquei para a tua presença segura e familiar.
Hoje recordo as promessas vãs, as palavras ocas.
Hoje revejo cada momento vivido a dois.
Hoje …. desejo profundamente o Amanhã.
Um amanhã em que as lágrimas estarão mais gastas e secas, a dor menos profunda, os sonhos menos vívidos.
Hoje que estou a morrer de dor, fragmentada em milhares de pedaços pelas tuas palavras finais, cruéis … devastadoras.
Hoje esqueço-me de mim, perdida em ti e na dor que me causas.
Hoje estarei mais livre, quando a isso me permitir.
Hoje descubro a tua presença dentro de mim, a precisar de vida e de amor.
Hoje despedaçaste-me enquanto, sem sabermos, me injectavas de Vida.
Hoje perdi-te para Nos encontrar.
Hoje tenho um Segredo! Meu. Sem partilha. Um novo rumo em que não te encontras e do qual nunca saberás.
Hoje meu amor … hoje que me matas com a crueldade do teu abandono … hoje trazes-me uma nova luz.
Hoje encontrei quem amar!
Hoje tenho em mim o melhor que me podias dar.
Hoje … começa a minha Vida.

Tristeza

Hoje morreu a Mafalda!
A Mafalda era a minha cocker spaniel. Foi-me dada pela minha mãe no Natal de há quase 15 anos. A Mafalda sofria de leishmaniose há cerca de 10 anos. Quase que por milagre, e por extrema devoção da minha mãe aguentou estes anos com uma força de viver indescritível.
Morreu esta madrugada, num acidente estúpido e sem razão de ser.
A Mafalda foi a minha primeira cadela, era uma grande amiga e a dor é muito grande.
Hoje o dia é muito negro, muito triste e totalmente sem sentido.
Hoje morreu a minha grande amiga ... hoje morreu a Mafalda!

Memórias festivaleiras duma pomba anilhada



A pulseira de entrada acompanhou-nos em todos os 3 dias do optimus Alive, partilhamos momentos, banhos, emoções, e tal forma que agora até lhe senti a falta.






Fica uma selecção de imagens enquanto pomba anilhada do Optimus Alive 08:


Diário dum Festival de Verão - dia 3



Róisín Murphy - Electrizante. A melhor em termos cenográficos. Mais do que um concerto, uma performance. Muito superior aos tempos de Moloko.

GOSSIP - Beth Ditto no seu melhor! 40 minutos de energia total, a acabarem com um "Standing in the way of control" que ia trazendo a tenda literalmente abaixo, e com uma festa em palco partilhada pelos fãs. Queremos mais e bem rápido!

Ben Harper - Hoje foi o dia de um dos meus maiores ídolos musicais. Pode não ter cantado todas as que eu gostaria, mas cantou aquelas que mais marcam a sua carreira musical: a música de intervenção, de protesto, de alerta. E dizerem, como ouvi durante o concerto, que o "Welcome to the Cruel world" em versão low tone não é para "trazer para um concerto destes" é simplesmente não compreender que todos os concertos de Ben Harper sobre sobretudo para fazer "passar a palavra". Depois de Dylan não há mais quem escreve canções assim.
Brilhante a ideia e o resultado do dueto com o público do hit com a Vanessa da Mata "Boa Sorte/Good Luck". Inesquecível!

Não sendo fã no sentido literal, tive pena de não conseguir ouvir Neil Young (em simultaneo com os Gossip) e muito particularmente o "Keep on rocking in the free world".
Mais uma noite de partilha de gerações. E achem o que acharem, isso para mim é muito louco!

Independentemente de algumas falhas, se o programa for similar em qualidade de bandas, de 9 a 11 de Julho de 2009 já sabem onde me podem encontrar: Passeio Marítimo de Algés - Optimus Alive09!

E para hoje as expectativas estão ao rubro para ver e ouvir ....

GOSSIP


O segundo maior contador de estórias do mundo musical
O grande BEN HARPER

Diário dum Festival de Verão - Dia 2


O dia foi obviamente marcado por este grande Trio (que na realidade foi um quarteto) - Jonh Butler Trio. Numa actuação que roçou as 2 horas devido ao cancelamento do concerto dos Nouvelle Vague (e hoje também teremos desistências?!) foi evidente a qualidade musical, o virtuosismo e mais ... um espirito de luta para fazer deste um Mundo melhor. Eu cá gosto de músicos com alma e com convicções e por isso nota 20 (numa escala de 10) a esta GRANDE BANDA.

E para falar em músicos com ALMA e com MENSAGEM ... abram alas para o senhor da noite .... THE ONE AND ONLY, THE BIGGEST AND GREATEST POET OF OUR TIMES ... MR.BOB DYLAN

Considerações Gerais:
- Dylan é Dylan!
- Profissional. Vem para cantar e não para fazer conversa de chachá.
- É certo que o concerto se centrava no albúm "Modern times" mas eu tinha gostado de ouvir alguns dos grandes clássicos, nomeadamente o "Mr. Tambourine Man" e o "Blowing in the Wind".
- No mínimo estiveram naquele recinto para ver Dylan 4 gerações, e isso meus amigos só acontece aos GRANDES. E este Senhor é mesmo duma Classe Superior!

Considerações Pessoais:
- Em paralelo com a excelência da música e das letras, brilhante foi ver o N. perante o seu (provavelmente) maior ídolo musical de todo o sempre, totalmente extasiado, a cantar com uma força brutal e com uma abertura de alma, que só aqueles que o conhecem conseguem compreender a importância.
- Brilhante foi ter ao meu lado uma miúda, para aí dos seus 20 anos, a telefonar à mãe num dos momentos altos do concerto, para que ela também pudesse ouvir Dylan, um dos seus heróis de sempre (para mim mãe relativamente recente de 2 lambisgoias lindas foi um momento duma comoção tal que ainda hoje ao escrever me vem as lágrimas aos olhos. Tomara eu vir a ter momentos destes com as milhas filhas. Achei genial! Verdadeiramente Genial!).
- Brilhante foi ver casais de 60 anos a vibrarem perante o mestre. Ver miúdos de 16 anos a cantarem Dylan. Brilhante foi ver o Santos Neves, meu ex-professor e Reitor da minha antiga universidade, e a sua esposa, a Rita Ciotta, também minha professora, a curtirem o seu momento.
- Brilhante foi cantar "Like a Rolling Stone" a terminar uma grande noite de música.
- Brilhante foi ter lá estado com o N.

Diário dum Festival de Verão - Dia 1

Aviso inicial:
Pede-se desde já desculpa a todos os leitores e apreciadores da boa utilização da língua portuguesa por eventuais erros gramaticais neste post, que surgirão decorrentes de já alguma falta de hábito de deitar às 3 da matina, sendo que os neurónios apresentaram-se hoje, na sua grande maioria, em falta justificada.

E pronto o primeiro dia já lá vai. E depois de anos de recolhimento festivaleiro cá vão as primeiras considerações deste elemento mais velho (ver http://http://margaridas-aos-molhos.blogspot.com/2008/06/festival-de-vero-ou-pretensiosismo-de.html) de casal pré meia idade sobre a participação em Festival de Verão Optimus Alive:
AAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Grandes Malhas se ouviram ontem. O espaço está louquissimo, apesar de muita gente só as barracas da SAGRES (onde aliás se concentra estupidamente toda a venda de bebidas, águas incluidas) apresentam filas enormes, o pessoal na sua maioria é muito cool e boa onda.
Concentramo-nos boa parte da noite na Tenda do Metro On Stage, como algumas viagens de reconhecimento ao Palco Optimus, sobretudo para ouvir os The National e Gogol Bordello.
Mas hostilidades começaram mesmo foi com os fabulosos Vampire Weekend, iguais a si mesmos, e (pronto) ao Paul Simon também, mas BONS, MUITO BONS. Depois os MGMT foram uma surpresa do caraças, confesso que só os conhecia da Radar, m
as tinha uma ideia dum som mais pop, mais sereno, e foi um concerto de se lhes tirar o chapéu. Espectacular! Como diz o N. tinham uns "muros de som" electrizantes. Estão para já no Top.
E depois dum período mais dificil de passar (apesar dos bons esforços da PEACHES e até do Hercules & Love Affair - é de recordar que esta mãe/mulher moderna aguentou-se contra a Singer - Modelo Alfa, mas esteve quase a quinar perante uma gripe súbita que a punha na manhã de ontem com 38º graus de febre, pelo que pela noite e depois de 8 Cêgripes já era dificil a animação manter um nível muito elevado) vem os Range Against the Machine, e claro um novo rush de adrenalina. Se bem que a onda "mosh" e linguagem violenta não seja bem a minha onda, mas o som tem de facto as suas virtualidades.
E depois algumas considerações curiosas:
Quando cheguei ofereceram-me com grande entusiasmo um flyer publicitário da Pilula do dia seguinte "porque é sempre importante -disse-me a promotora entusiasticamente" ao que eu pensei, "já vens atrasada!.. Duas vezes!" (esclareço contudo e desde já que as minhas lambisgóias nãoforam exactamente descuidos irreflectidos) mas agradou-me a moça ter achado que eu ainda tinha pinta de jovem inconsciente. É porreiro!
E depois não é que agora já entram máquinas fotográficas nos Festivais de Verão, e ninguem me diz nada!!!!!!! Tá bem que com a evolução dos telelecas era normal que assim fossem, mas bolas não podiam ter avisado!!! Hoje já não me enganam.
A finalizar uma palavra para o look do people (yahh os neurónios tão de baixa e os que cá ficaram estão na onda cool e só reajem a expressões estúpidas como esta ... é o que temos ... aguentem-se!) ou efectivamente a moda está mais adaptada às pessoas (teoria do N.) ou não é que estas gerações mais novas, para além de estarem com muito melhor pinta do que nós tinhamos na idade deles, estão consideravelmente mais giros!!! E apesar de tudo parece-me que fumam menos e também entram menos em delírio alcólico. Gostei muito deste "ambiance"
(tomem lá que até se consolam!).
E HOJE HÁ DYLAN! E não é preciso dizer mais nada!

A evolução do roubo ....


Quando o raciocinio é mais rápido que o dos pais

Ontem, no regresso do infantário, vimos a conversar quando subitamente ouvimos vindos do banco de trás uns ruídos semelhantes ao mastigar de pão seco (e até um pouco rijo) por parte da lambisgóia maior. Surpresos com a situação (porque nem sequer tinha sido dia dela pedir o tradicional paozinho para acompanhar a saída da escola) diz-me o N. "se calhar é o pão de ontem que ela trouxe da escola" , e para esclarecer o mistério pergunta-lhe:

Pai- M. esse paozinho é de ontem?
M - Pão não pai, ... torrada.
Pai - :S
Mãe - aaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Acrescento a título informativo que o referido pãozito tinha ficado no carro à 40º à sombra, pelo que a sua consistência era um bocadito para o duro e para o incomestível.

Um dia mágico...

Hoje, ao sair de casa, o Sol parecia querer brilhar mais forte, rompendo por entre o ceú nublado, como quem tem uma mensagem importante para dar. Os passáros pareciam querer cantar mais alto e melodias mais harmoniosas. A relva parecia mais verde.
Caminhava confiante, quando no seu caminho surge um Coelho, de pêlo muuuuuuito branco e sedoso, e com um sorriso enigmático que a fez querer saber mais sobre esta estranha criatura:
- Olá, diz-lhe o coelho com um sorriso familiar.
- Olá, responde ela. Já nos conhecemos? - pergunta com uma expressão de quem procura na memória mais profunda o reconhecimento daquele focinho peludo, ainda assim um pouco assustada com os poderes mágicos que o Coelho reconhecidamente parecia controlar.
- Não, responde o coelho assertivo, perguntando logo de seguida - O que fazes aqui?
- Ando a passear. A gozar a vida! E tu?
- Vinha à tua procura!
- À minha?! Afinal sempre já nos conhecemos - repetiu ela, em jeito de afirmação inquisitiva, procurando a todo o custo localizar aquele estranho, mas familiar focinho branco.
- Não! - repete o coelho com um olhar vago.
- Então?! - pergunta ela já um pouco sem paciência.
- Tenho uma encomenda para ti?
- De quem?!
- Isso não te posso dizer. Mas ... toma. - E de entre o seu pêlo sedoso, uma peculiar pata começa por retirar uma pequena caixa dourada, que ao sentir a luz do astro rei, explode em milhares de pequenos raios luminosos de muitas cores, numa vibrante dança de luzes e ritmos, que por fim se lançam numa coreografia final que no ceú azul formam um maravilhoso 34.
- Ahhh- exclama ela olhando em seu redor em busca do Coelho Branco de pêlo lustroso para lhe agradecer a linda prenda, sem contudo o conseguir voltar a encontrar.
Retorna o olhar para o céu onde as estrelas e as luzes formam agora uma nova palavra que para o resto do dia lhe trarão um sorriso aos lábios e um calor enorme ao coração.
PARABÉNS!