Hoje pela manhã ouvi alguém falar num programa sem interesse, duma rádio identicamente sem interesse, sobre o direito ao lazer. Mais dizia, hoje as pessoas mais do que manifestarem-se por maiores direitos laborais, deviam manifestar-se pelas suas vidas, pelo direito a viverem o lazer.
Ouvido assim, sem enquadramento ou explicação, parece anedota. Mais um daqueles tipos a elogiar a preguiça, que foi aliás como terminou a coisa o entrevistador, também ele altamente desinteressante. E foi assim que remeti o assunto para a gaveta dos “a reflectir”. Mas o diacho não ficou, e passei boa parte da minha manhã com aquelas palavras a trautearem-me os ouvidos num zumbido surdo para os restantes, mas cada vez mais sonoro aqui nos ecos interiores.A determinado momento deixei-me ir, e de facto chego à conclusão de que concordo com o dito senhor. Hoje mais do que qualquer direito, é urgente reivindicarmos o direito a dispor da nossa vida a nosso bel-prazer.
Não há muito tempo passei por uma situação, em que alguém para quem eu desenvolvia um serviço, e que (aparentemente) depositava em mim grandes esperanças, se julgou no direito de dispor da minha vida. Assim mesmo, dispor da minha vida. Fossem ou não horas de expediente, fosse dia de semana ou fim-de-semana, estivesse eu ou os meus saudáveis ou no hospital, nada interessava, a não ser o facto de ele achar que tinha o direito de dispor da minha vida. E achava tanto isso, que se achou ainda mais no direito de se indignar quando lhe anunciei a minha segunda gravidez. Isso mesmo, de se indignar pela minha audácia em querer voltar a ser mãe.
É claro que a nossa relação terminou no momento seguinte, mas o que interessa aqui, é o facto de existirem no mundo pessoas, ou criaturas, capazes, diria mesmo com a imensa petulância de acharem que podem, e que têm o direito, de dispor da vida de alguém.
É de facto urgente uma grande manifestação de Pessoas a exigirem o Direito que a Vida lhes assiste de serem sómente PESSOAS, com vontades, interesses, ritmos, dinâmicas, capacidades e criatividades diferentes. Pessoas e não Mercados, Consumidores, Clientes, Trabalhadores.
Pessoas que querem sómente o direito a usufruírem de si mesmas.
Eu quero-o e luto por ele todos os dias da minha vida!
Ouvido assim, sem enquadramento ou explicação, parece anedota. Mais um daqueles tipos a elogiar a preguiça, que foi aliás como terminou a coisa o entrevistador, também ele altamente desinteressante. E foi assim que remeti o assunto para a gaveta dos “a reflectir”. Mas o diacho não ficou, e passei boa parte da minha manhã com aquelas palavras a trautearem-me os ouvidos num zumbido surdo para os restantes, mas cada vez mais sonoro aqui nos ecos interiores.A determinado momento deixei-me ir, e de facto chego à conclusão de que concordo com o dito senhor. Hoje mais do que qualquer direito, é urgente reivindicarmos o direito a dispor da nossa vida a nosso bel-prazer.
Não há muito tempo passei por uma situação, em que alguém para quem eu desenvolvia um serviço, e que (aparentemente) depositava em mim grandes esperanças, se julgou no direito de dispor da minha vida. Assim mesmo, dispor da minha vida. Fossem ou não horas de expediente, fosse dia de semana ou fim-de-semana, estivesse eu ou os meus saudáveis ou no hospital, nada interessava, a não ser o facto de ele achar que tinha o direito de dispor da minha vida. E achava tanto isso, que se achou ainda mais no direito de se indignar quando lhe anunciei a minha segunda gravidez. Isso mesmo, de se indignar pela minha audácia em querer voltar a ser mãe.
É claro que a nossa relação terminou no momento seguinte, mas o que interessa aqui, é o facto de existirem no mundo pessoas, ou criaturas, capazes, diria mesmo com a imensa petulância de acharem que podem, e que têm o direito, de dispor da vida de alguém.
É de facto urgente uma grande manifestação de Pessoas a exigirem o Direito que a Vida lhes assiste de serem sómente PESSOAS, com vontades, interesses, ritmos, dinâmicas, capacidades e criatividades diferentes. Pessoas e não Mercados, Consumidores, Clientes, Trabalhadores.
Pessoas que querem sómente o direito a usufruírem de si mesmas.
Eu quero-o e luto por ele todos os dias da minha vida!
2 comentários:
Realmente interessantes as afirmações desse senhor à Radio desinteressante, especialmente pela forma como as disse. A virtude da Preguiça como disponibilidade do Homem usufruir e dispor do seu tempo para a realização e satisfação pessoal. O trabalho deveria ser encarado como tempo gasto para nos permitir viver a nossa vida o resto do tempo.
A realização do indivíduo não se pode esgotar no trabalho ou no emprego. É fundamental ter tempo, disponibilidade, motivação e interesse para a vida.
A sociedade de consumo criou-nos a ilusão de trabalhar mais e mais horas para poder ter dinheiro que nos permita comprar algo que não precisamos e não queremos, abdicando, por outro lado, de algo que realmente precisamos, para a nossa identidade como Homens e Indivíduos.
A reavaliação de valores da actualidade tem de estar em cima da mesa, considerando sempre que o fim da história não existe e o determinismo, pode ser uma tendência mas não é uma fatalidade.
Ainda não tinha lido isto com atenção. Não podia estar mais de acordo contigo. A forma como as coisas estão montadas, actualmente, transforma-nos em autómatos. Executantes. O que faz de nós pessoas muito mais infelizes... Essa é a minha perspectiva, pelo menos... As pessoas estão cada vez mais espartilhadas e isso é sufocante. Bjinhos Mag
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