Festivaleiros

Com a chegada do calor, chegam as ofertas de música a metro, condensada em blocos de 72 horas, irrepetíveis e memoráveis, que nos obrigam a não puder recusar ano após ano, as dificeis logísticas parentais.A época dos festivais, ou a silly season da música, teve início lá por casa neste último fim de semana quando, em boa hora, aceitámos a proposta do nosso amigo Pedro Olívio, para ir ver a sua banda recreativa – O Zé Pedro dos Xutos – na 2ª edição do Festival Alternativo da Canção.E meus amigos, deixem que vos diga, aquilo é coisa para ninguém deixar passar na agenda cultural do próximo ano.A ideia do mentor do evento, o sempre empreendedor Fernando Alvim, é muito simples e ambiciona trazer para Portugal o título nunca alcançado de vencedores do Festival da Eurovisão. Como? Nada mais simples. A banda que ganhou esta edição, os Três Marias, um grande bem-haja para os piquenos em geral, e para o seu coreógrafo em particular pelo momento de ir às lágrimas, partirá dia 29 rumo a Oslo, para uma monumental actuação no recinto onde decorre a edição deste ano do Festival da Eurovisão. Por uma questão de rigor, convém acrescer que quando se fala em recinto, dever-se-á pensar em escadaria de acesso ao recinto oficial do evento (um mero detalhe, claro!). Finda a actuação e apurado o vencedor da Eurovisão, é o mesmo desafiado a vir a Portugal bater-se num duelo musical com os nossos grandes vencedores, onde os resultados só podem ser dois, ou o vencedor europeu recusa e os nossos ganham por falta de comparência da concorrência ou os tipos(as) aceitam o desafio e perdem na mesma por decisão do júri, que não obstante totalmente isento é todo portuguesinho de gema. Conclusão. Uma ideia simplesmente genial e eficaz! Mas mais do que tudo isso, o Festival Alternativo da Canção é um palco de grandes talentos, musicais e de stand-up musical, com caricaturas perfeitas e bem dispostas. Um festival de gente que gosta de se rir e que não tem medo de se expôr ao ridículo inteligente. É isto tudo, e ainda a oportunidade de nos cruzarmos com alguns mais reconhecidos entertainers portugueses, tal como o Vítor Espadinha, que muito a custo lá teve mesmo de cantar “sim, eu sei...”, a grande Valentina Torres que esteve sempre lá, com graça e simplicidade, a Dina que animou as hostes com o “Amor de Água Fresca”, a Dora esse grande ícone da música portuguesa, e os meus grandes favoritos Samuel Úria e B-Fachada. E a culminar o ramalhete a Ana Sousa Dias. Um júri peculiar para um evento tresloucado e do melhor que eu tenho visto nos últimos anos. A nossa animação, do princípio ao fim, foi tal, que acabámos com a jornalista do Sol a perguntar-nos, incrédula, “mas só conhecem uma banda?! É que estavam numa animação tal?!!” , “Então não?!! Como gente desta qualidade!!!” foi a resposta que se seguiu.

Sem comentários: