Chiado

Para a minha mãe compras era sinónimo de sábados pela manhã e de Baixa-Chiado. Fosse roupa, sapatos, malas, livros. Só escapavam os bens de primeira necessidade, que esses dividam-se entre as mercerias de bairro e o supermercado de Alcântara. A determinada altura, já nem sequer era a necessidade que nos ditava a rotina, mas a rotina de mais uma rotina, porque, a bem da verdade, a minha mãe sempre foi uma pessoa de rotinas.
Quando saí de casa, a rotina não se quebrou. Digamos que...abrandou...muito. A vida puxava-me para as grandes superfícies mais próximas da casa nova e mais longe dos velhos amigos do Chiado.
Recentemente, vi-me de regresso. (Re)Fascinada pelos espaços e pela fauna urbana que, por estes dias, passeia as plumas no sobe e desce das novas lojas e restaurantes. Sinto as cores que lhes emanam da aura, e alimento a imaginação em histórias que nunca saberei se são reais.
E como se tudo isto, só por si, não fosse o bastante para se gostar imensamente deste lugar, por vezes ainda nos ofecerem a possibilidade de descobrir coisas assim


Sem comentários: