Eu também estou surpreendida ...

mas a verdade é que gostei. Achei a produção bem feita, o argumento simples mas eficiente, e até o canastrão do Diogo Morgado e a pseudo boazona da Soraia Chaves conseguiram manter um adequado grau de dignidade que não boicotou por completo as ambições do projecto.
E mais interessante, foi perceber que mesmo sem entrar pela via política de Salazar, a mini -série serviu igualmente para desmistificar uma certa fleuma que a personagem parece ainda deter entre as memórias fugazes de quem apela um retorno ao passado, e se esquece da falta de liberdade, da recusa do progresso, da mesquinhez de pensamento, e de que afinal, o grande problema do estadista português foi o de ser um homem não simples, mas simplista.
E nada mata mais o génio humano do que a pobreza de espírito e a incapacidade de abraçar a mudança, a novidade e o progresso.
Eu gostei deste projecto da SIC.

1 comentário:

Infoexcluído disse...

Como sabes não vi, mas custa-me a engolir Diogo Morgado e projecto com dignidade, na mesma frase. Talvez.
A mnha opinião, e achando, claramente, que é ficção, e baseado em extrapolações grandes de supostas conversas do Próprio. O que acho é que vamos cair agora no contrário. Enquanto uns continuam a achar que o Homem era "Santo", agora vamos ter outros a achar que era um "porco devasso". O que eu gostava é que este pais fosse um bocadinho mais equilibardo e que não comesse como verdade qualquer história que lhe vendam.
Era um Homem!
Se andou ou não com mulheres é um problema que só a ele diz respeito e é perfeitamente indiferente.
Aquilo que acho verdadeiramente relevante é que era um Homem que como dizes, era simples mas mais que isso era simplista. Era Retrógrado, atrasado, de menatlidade pequena e tacanha. E quem sofreu com a sua falta de capacidade de leitura da História foi Portugal e os portugueses. Principalmente os que foram directamente afectados pelos procedimentos autoritários de um regime, que só podia acontecer em Portugal.