A bola


Ontem, aparentemente, Portugal chorou com o Ronaldo. Eu não chorei. Provavelmente porque não assisti à cerimónia nem vi as imagens do momento em que ele foi eleito o melhor do mundo. Se tivesse visto provavelmente também choraria, sobretudo porque ultimamente ando com a lágrima fácil (coisa de gaja). O que porventura me diferenciaria desse tal imenso Portugal, é que ao contrário de boa parte dele, eu sempre considerei o Ronaldo o melhor do mundo. Mesmo quando ele falha golos, quando tem quebras de qualidade, quando passa maus momentos, mesmo quando na Selecção não dá (acredito que porque não pode) o seu melhor. Na mesma medida que o acho o maior quando ele marca, quando faz jogadas de suster a respiração, quando dribla com uma classe que deslumbra, quando abre os braços em sinal de glória após marcar um golo, enfim, em qualquer circunstância.
Pouco me importa com quem ele dorme, as noitadas, as parvoeiras que diz, a família que tem, interessa-me sim a magia que faz em campo, e essa fascina-me há muitos anos. Desde os tempos em que o via de camisola verde e branca, um menino de tenra idade, com uma imensa capacidade de trabalho e uma contagiante vontade de vencer.
Eu acho o Ronaldo o maior porque para mim é um exemplo de que o trabalho, a qualidade e a persistência compensam. E é dessa fibra que o país e o mundo precisam.
Por isto, e porque o gajo lá na alma continua lagarto, e tenho fé que, ao contrário de outros que cuspiram no prato que lhes deu de comer (assim de repente vêem-me logo dois à mente) o Ronaldo terminará os seus dias de reforma num iate ancorado no tejo e a ensinar os novos craques leoninos o que significa honrar a camisola e a Instituição Verde.

E por isso para mim, pá serás sempre GRANDE! Seja a ganhares bolas de ouro ou bolas de couro mas ainda assim, vá, toma lá um PARABÉNS e um OBRIGADA!!

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